
Neste dia 28, data marcada para Greve Geral no Brasil, Aracaju amanheceu paralisada. O movimento que une sindicatos de todas as categorias, igreja e a classe trabalhadora, se dá em protesto à Reforma Trabalhista, aprovada nesta semana pela Câmara e com o apoio das lideranças e aliados do Governo Temer. O protesto se estende também à proposta da Reforma da Previdência.
As vias de acesso rodoviário estão obstruídas em todo o estado e quem se arriscou pegar a estrada, está encontrando dificuldades. As Polícias Militar e Rodoviária Federal estão agindo na tentativa de liberar ruas, avenidas e estradas.
Desde ontem, a CUT tem organizado a ação de paralisação, que em Sergipe, bloqueou todas as garagens de empresas de transporte público. Através de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Aracaju (Setransp) informou que a frota de ônibus da capital e os trabalhadores rodoviários estão prontos para operar o serviço de transporte.

“Desde às 2h da manhã as três garagens de ônibus estão com as suas saídas bloqueadas com obstáculos e manifestantes do movimento grevista. A polícia militar já foi acionada e está acompanhando a situação, já que desde ontem em reunião com o setor comerciário e do transporte foi buscado o apoio da segurança pública”, informa a nota.
Com circulação impedida, os ônibus estão sem horário previsto para voltar à regularidade. Em Aracaju e região metropolitana são em média 230 mil passageiros que circulam no transporte público diariamente.

Greve Geral tem apoio da Igreja
Dom João José Costa, Arcebispo Metropolitano de Aracaju e Presidente da Cáritas Brasileira diz estar acompanhando com atenção o desenrolar dos acontecimentos em Brasília e em todo o país.
“O momento político, social e econômico que o Brasil atravessa é muito delicado e carecedor do discernimento de todos nós. A impunidade e a injustiça não devem mais ser toleradas. A violência deve ser contida. E a exploração do homem pelo homem não tem amparo no Evangelho de Jesus Cristo”, relata Dom João.

Ele afirma que as mudanças nas leis trabalhistas e na previdência social ferem direitos consagrados na Constituição de 1988 e que está sendo desconstruída de forma absurda, para atender aos interesses do grande capital, nacional e internacional.
“Tal capital suga o suor e o sangue das classes trabalhadoras, sob a alegação de que é preciso fazer ajustes fiscais. Que se façam os ajustes necessários, mas sem decepar direitos tão duramente conquistados e mantidos até agora”, defende.
Em nome da Igreja, o arcebispo diz que repudia toda ação que prejudique o povo brasileiro.
“Seguidores que nós somos do Verbo Encarnado, não temos o direito de nos calar, quando ameaças diversas pairam sobre a sociedade. Conclamamos a todos os irmãos e irmãs, para que, sob a inspiração do Santo Espírito, não se curvem ao querer de quem não tem coragem de ouvir o povo. Devemos perguntar aos nossos representantes no Congresso Nacional como eles estão fazendo uso dos votos que receberam. A favor do povo ou contra o povo?”, finaliza.
Em prece à Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, Dom José intercede para que o povo enfrente este momento com muita firmeza, serenidade e esperança.
Ações da Greve
A CUT já liderou nesta manhã um arrastão para o fechamento do comércio de Aracaju, onde várias lojas encerraram as atividades desde cedo. E às 14h, está previsto um ato na Praça General Valadão, onde se espera mais de 60 mil pessoas, conforme estimativa da CUT.
Por Shirley Vidal, da equipe VIP